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Pesquisa: o que realmente está funcionando (ou não) no home office?

Pesquisa: o que realmente está funcionando (ou não) no home office?

23 de setembro de 2020 / Carreira / por Comunicação Krypton BPO

Nos últimos anos, o home office ganhou força no Brasil. Oferecer pelo menos um dia semanal de trabalho distante do escritório se tornou, inclusive, um diferencial para muitas empresas, que fizeram da iniciativa um mecanismo de atração e retenção de talentos.

O crescimento do trabalho remoto foi exponencial em 2020. Por conta da pandemia do novo coronavírus, que motivou que municípios em todo o País decretassem isolamento social e o fechamento temporário de alguns negócios, as organizações precisaram se reinventar. Como alternativa para driblar a crise e promover a segurança de seus colaboradores, mesmo empresas que nunca antes experimentaram o home office logo precisaram adotá-lo, se adaptar a ele e otimizá-lo.

Não à toa, diante da atual normalização da prática, que tende a continuar fazendo parte da rotina de companhias de todos os portes após a pandemia, uma vastidão de pesquisas foram criadas com o intuito de identificar se líderes e colaboradores estavam à vontade e satisfeitos com o novo modelo de trabalho.

Porém, o que efetivamente está ou não dando certo no home office? O que mais atrai e o que mais incomoda líderes e gestores no desempenho de suas tarefas longe do escritório? São esses e outros questionamentos que a pesquisa “Os erros e acertos do home office durante a pandemia”, realizada pelo RH Pra Você e pela SocialBase, buscou responder.

Novo normal

Termo que agrada alguns e aborrece outros, o “novo normal” diz respeito a mudanças no trabalho e na rotina de empresas e colaboradores que tendem a se manter no cenário pós-pandemia. E a julgar pelos dados do levantamento, o “novo”, no que diz respeito ao trabalho remoto, está em alta.

A pesquisa, realizada com 475 respondentes, revela que mais de 70% não atuavam com o home office em sua empresa e passaram a fazê-lo durante a pandemia da Covid-19, o que mostra o quanto as organizações precisaram de mudanças rápidas e até não planejadas para enfrentar a crise sem enfraquecer o negócio – ou ao menos garantindo o mínimo de prejuízo possível.

O que antes era encarado como “benefício” ou recurso de engajamento se tornou parte do cotidiano profissional. “A necessidade de distanciamento social fez com que muitos líderes organizacionais reavaliassem suas formas de gerenciar pessoas e passassem a entender que o home office deve ser levado a sério e pode ser muito benéfico para as pessoas e empresas”, pontua Daniel Consani, diretor do Grupo TopRH.

O distanciamento em relação à prática, antes da pandemia, era ainda maior pensando somente nos colaboradores. Quase 82% dos funcionários não tinham a oportunidade de trabalhar sequer algumas vezes por mês em suas casas, mesma realidade de 56,87% dos líderes entrevistados.

O home office veio para ficar?

Embora para 65,6% do público pesquisado a experiência com o home office tenha sido avaliada como boa ou ótima, as empresas ainda estão relutantes em torná-lo uma prática definitiva. 43,46% dos pesquisados afirmaram que as organizações em que atuam não planejam manter o trabalho remoto ou ainda não divulgaram se o home office integrará seu modelo de atuação após a pandemia ter fim. Além disso, 27,22% disseram que, ao menos a princípio, a intenção é que o trabalho de casa seja sustentado até o final de 2020.

Na outra ponta da corda, 25,32% dos líderes e colaboradores participantes terão o home office de forma definitiva, mas não todos os dias da semana, enquanto 4% anunciaram que a adesão à prática será integral.

Estrutura para trabalhar em casa

A ideia de não enfrentar trânsito ou transporte público para ir e voltar do trabalho é tentadora. Trabalhar de casa, a priori, soa animador e parece garantir mais tempo e conforto. Porém, será que produzir em domicílio é tão fácil quanto manter a produtividade no escritório? E como ficam os custos e a infraestrutura?

A produtividade não é um problema aparente, uma vez que pouco mais de 95% definem seu rendimento no lar como regular, bom ou ótimo. Em contrapartida, a questão dos custos e da infraestrutura carece de maior atenção por parte dos gestores. 88,2% afirmaram não que receberam nenhum tipo de ajuda de custo das empresas, enquanto 31,41% não contaram com suporte de infraestrutura.

Outro dado relevante é que os trabalhadores, em sua maioria (71,94%), não foram submetidos a nenhum tipo de treinamento para alinhar e capacitar os colaboradores de modo que bem-estar e produtividade não fossem impactados.

E já que falamos em bem-estar…

Será que a adoção do home office motivou as empresas a adotarem ações específicas de bem-estar para os colaboradores? Quase 60% dos entrevistados disseram que sim! Entre as principais iniciativas estão:

  • Rodas de conversa (14,77%)
  • Psicólogo (14,46%)
  • Ginástica laboral (10,58%)
  • Consultoria financeira (6,07%)

Vale ressaltar que em boa parcela das organizações as iniciativas de bem-estar já faziam parte da rotina do negócio. O principal fator do home office foi a adaptação, uma vez que o distanciamento social se tornou regra.

34,8% expuseram, inclusive, que as empresas aderiram a novas formas de interação entre o time de trabalho, tais como happy hour virtual, bate-papos informais, cafés da manhã virtuais, entre outras. 39,9% dos negócios que adotaram as novas ações realizaram pesquisas com seus funcionários para guiar o planejamento das medidas.

Chama a atenção, porém, que para a maioria dos entrevistados (37,6%), o home office impactou negativamente – 36,5% se sentem positivamente impactados, enquanto 25,9% dizem que nada mudou. Entre as queixas mais pontuadas estão:

  • Me sinto mais ansioso(a) e/ou deprimido (a) – 24,43%
  • Me sinto mais cansado(a) – 22,59%
  • Me sinto frustrado(a) e/ou desanimado(a) – 18,68%

“O que enxergamos é a necessidade de a empresa desenvolver uma prática efetiva de acompanhamento destes índices e uma oferta clara para que os colaboradores possam buscar apoio muito antes do surgimento de doenças como depressão e síndrome de burnout, que estão cada vez mais presentes. Terapia, sessões de mindfulness, apoio em gestão de rotina e benefícios de saúde física são aliados necessários a toda empresa que busca grandes resultados”, orienta Bruno Rodrigues, fundador e CEO da GoGood. Vale ressaltar, também, que o impacto negativo não necessariamente é consequência somente do home office em si, mas também de todo o contexto da pandemia – medo, incerteza, isolamento, mudança drástica na rotina etc.

Fonte: Rh pra Você

Imagem: Pressfoto – Freepik.com

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